Especialista em segurança alerta sobre os riscos de usar a VPN para burlar bloqueio ao WhatsApp
byJonson JB Tutorias-
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WhatsApp foi bloqueado por 72 horas pela Justiça de Sergipe
Após a determinação da Justiça de Lagarto/SE pelo bloqueio do aplicativo WhatsApp por 72 horas, algumas pessoas têm utilizado a VPN (Virtual Private Network), uma rede particular virtual, para burlar a decisão judicial. Leonardo Carissimi, Líder da Prática de Segurança da Unisys na América Latina, alerta para os riscos dessa prática. Há o risco de que se baixe um aplicativo de VPNque tenha sido alterado e/ou contaminado porcriminosos cibernéticos, ou mesmo que seja um aplicativo de fachada.
A VPN é um "túnel" que funciona nas duas direções: ao trafegar seus dados até o domínio da VPN, alguém na outra ponta, que você não conhece, poderá usar esta conexão para ter acesso ao seu smartphone. Seus e-mails, fotos, contatos, informações de trabalho, tudo passa a estar visível a um ciber criminoso se ele fizer um ataque via VPN.
Outros equipamentos que estão na mesma rede do seu smartphone - como a rede Wi-Fi de sua casa, escola ou do trabalho - estarão também sujeitos a estes atacantes que eventualmente acessem seu smartphone. Cuidado redobrado, pois você pode estar criando um problema não apenas para você, como também para sua família, amigos ou na empresa em que trabalha.
"A VPN funciona como um 'túnel' estabelecido entre o seu smartphone e um domínio fora do Brasil. No seu smartphone você instala um aplicativo específico para isso. Os dados trafegam pelo túnel de modo criptografado, sem serem entendidos pelos roteadores das operadoras de telecomunicações do Brasil - as quais estão programadas para bloquear todo tráfego reconhecido, como WhatsApp, para atender à determinação da Justiça. No outro lado do túnel, o domínio estrangeiro decifra os dados e faz a sua ligação com a Internet, de onde os dados seguem para os servidores do WhatsApp", explica Carissimi.
O executivo pontua ainda algumas recomendações para garantir a segurança nos dispositivos móveis e para sobreviver ao bloqueio do aplicativo. Sempre que for baixar e instalar um novo aplicativo no seu smartphone, busque fazê-lo de fontes confiáveis. Priorize desenvolvedores conhecidos. E, no caso de buscar aplicativos desconhecidos, tente se informar com amigos, redes sociais ou, em último caso, utilize os mecanismos que funcionam como "proxy" de confiança na Internet (exemplo: avaliações e comentários de outros usuários).
Uma recomendação é avaliar com os contatos mais próximos uma rede social ou outro canal de comunicação "de contingência", ou seja, deixar combinado com antecedência uma alternativa ao WhatsApp. Instalar e configurar de modo que esteja pronto para funcionar quando ocorrer um novo bloqueio.
Dados criptografados
Filip Chytry, gerente de Inteligência de Ameaças Móveis da Avast, disse que a criptografia implantada pelo WhatsApp a partir do dia 5 de Abril significa que quando você envia mensagens, faz um telefonema ou envia documentos - como vídeos, fotos ou textos - com a última versão do aplicativo, sua comunicação se torna aleatoriamente embaralhada, codificada e portanto segura. Somente a pessoa que a estiver recebendo tem a chave para decodificá-la de modo que possa ser lida. Isso torna impossível que hackers, governos ou mesmo o próprio WhatsApp tenha acesso a qualquer das mensagens dos usuários.
Caso essas mensagens sejam interceptadas por autoridades ou criminosos, elas estarão ilegíveis para essas pessoas não-autorizadas. No entanto, é importante salientar que a criptografia só está ativa se todos os participantes da conversa estiverem utilizando a última versão do WhatsApp. Se uma das pessoas num grupo de conversa não tiver a criptografia acionada, então a conversa toda estará insegura.
Além disso, os metadados ainda são visíveis para o WhatsApp. Por exemplo, eles ainda conseguem ver quais usuários estão se comunicando com quem, embora não possam mais ver ou escutar o conteúdo das mensagens.
